Polícia mira grupo que vendia cirurgias bariátricas pelo SUS
06 de Outubro de 2020


... Uma operação deflagrada pela Polícia Civil, na manhã desta terça-feira (6), cumpre 49 mandados judiciais com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que teria lucrado mais de R$ 10 milhões com a venda de cirurgias bariátricas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Ao todo, são 14 mandados de prisão temporária. Entre as pessoas com prisão decretada estão um funcionário público estadual lotado na 2ª Regional de Saúde, no Paraná, e um vereador do interior do estado de São Paulo. Além disso, são cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em Curitiba, Campina Grande do Sul, Colombo, Pinhais, Piraquara e Quatro Barras, além das cidades de Rio dos Centros, em Santa Catarina, e São Paulo e Taquarituba, no estado de São Paulo. Segundo as investigações, os criminosos faziam contato com pessoas interessadas pela cirurgia por meio de redes sociais ou indicações. Os pacientes, muitas vezes, estavam aguardando há anos na fila para serem operados pelo SUS e acabavam aceitando pagar até R$ 3 mil pelas cirurgias, que deveriam ser gratuitas. As investigações ainda apontam que o grupo criminoso conseguiria receber em duplicidade os valores pagos pelo SUS ao hospital pelas cirurgias bariátricas. Os alvos da operação podem ser indiciados por extorsão, falsidade ideológica, uso de documento falso, concussão e organização criminosa. Em nota, o Hospital Angelina Caron afirmou que não realiza qualquer tipo de cobrança de paciente para os procedimentos feitos pelo SUS, nem se beneficia direta ou indiretamente de algum esquema fraudulento. O hospital frisou ainda que as denúncias sobre esse tipo de fraude têm recebido a atenção hospital, que também é vítima de eventuais ilegalidades praticadas por pessoas que prometam agilizar o atendimento mediante pagamento, enganando e aproveitando-se de pacientes. A nota ressalta que o hospital registrou dois boletins de ocorrência na Delegacia de Polícia de Campina Grande do Sul, em maio de 2019 e em janeiro de 2020, sobre denúncias recebidas sobre cobrança e privilégio de atendimento em caso de paciente candidato a cirurgia bariátrica. Por fim, o hospital disse que está e sempre esteve à disposição das autoridades, não tendo recebido qualquer notificação em processo aberto para apurar práticas ilegais que envolvam seus colaboradores. Jornalismo Clube FM 101.1 Marcelo Lucini Fonte: CBN Curitiba